Inovação não é um luxo ou uma futilidade. Inovação, podemos dizer, é a rota que se deve seguir para chegar ao futuro.
Especialmente hoje em dia, em que a tecnologia avança a passos largos e deixa para trás aqueles que se recusam a acompanhar seu ritmo.
Um clássico exemplo desta situação é o caso da Kodak.
Certamente você já ouviu falar nessa marca, tão famosa no mundo todo embora, hoje, relegada a uma pequena fração do que já foi um dia.
A Kodak, que já passou dos 100 anos, foi uma das maiores, senão a maior, pioneira da fotografia no mundo.
Ajudou muito a popularizar a fotografia para amadores ao diminuir o tamanho das câmeras e possibilitar a ampliação das imagens após os cliques.
Ela nasceu em 1878 através da invenção de placas metálicas secas com emulsões de sais de prata sensíveis à luz para gerar imagens, desenvolvida pelo atendente de banco George Eastman. Temos aqui o princípio básico da fotografia moderna, de modo que as placas se tornaram o primeiro produto da empresa.
E a partir daí foi só sucesso - pelo menos até a popularização da fotografia digital.
Não que a Kodak não tivesse participado da criação da fotografia digital. Pelo contrário: de fato, o primeiro modelo de câmera digital foi inventado dentro da empresa, que fez muito dinheiro com sua patente até 2007, quando esta expirou.
Lá em 1975, o engenheiro da Kodak Steven Sasson inventou a primeira câmera digital, que nunca passou de um protótipo. Ela pesava 3,5 kg e usava uma fita cassete para guardar 30 fotos em preto e branco com 0.01 megapixel, levando 23 segundos para gravar os dados.
Porém, foi somente em 1989 que ele e o colega Robert Hills criaram a primeira DSLR, que comprimia imagens e usava cartões de memória como as de hoje.
E isso foi revolucionário. Tão revolucionário que, como quase tudo desta magnitude, assustou. E aí reside toda a diferença entre empresas que dão certo e aquelas que ficam para trás.
Inovação não pode gerar medo. Inovar obviamente envolve mudanças, que podem, sim, causar espanto, mas isto não pode ser um motivo para que a empresa feche os olhos e siga como se nada fosse mudar.
E foi este o erro da Kodak.
Quando Sasson apresentou o modelo DSLR aos seus chefes, estes impediram o lançamento.
E por quê?
Porque ficaram assustados. Afinal, esta inovação acabaria com o mercado de filmes, que era um negócio de ouro. Até então.
A Kodak controlava toda a cadeia produtiva envolvendo fotografia. Ela vendia as câmeras Kodak, os filmes Kodak e revelava os filmes.
Vender os filmes e revelá-los dava muito dinheiro, então o foco da empresa se voltava mais para os processos que para a venda de suas câmeras. E isso deu muito certo por um tempo.
Até que chegou a hora de inovar. E, convenhamos, não seria sequer um grande risco para a Kodak que tinha o mercado em suas mãos e a patente da tecnologia que mudaria para sempre a fotografia.
Mas o espírito inovador que durante quase um século fez desta empresa a número 1 em seu ramo parece que arrefeceu diante das mudanças que a inovação poderia trazer.
E o resto é história: A Kodak pediu concordata em janeiro de 2012, entrando no programa do governo dos Estados Unidos de proteção às empresas que precisam se recuperar financeiramente. O mercado de fotografia foi morrendo aos poucos na Kodak. Apple, Google e outras marcas de tecnologia fizeram um saldão e levaram várias patentes da empresa.
Hoje em dia, a Kodak Alaris, que surgiu como um braço da Kodak produzindo equipamentos de scanner, digitalização de documentos, microfilme e outros serviços, agora é uma empresa de tecnologia focada em imagem.
Que esta história lendária sirva para inspirar coragem nos momentos em que for preciso inovar.
Mantenha sempre um olho no futuro e outro na concorrência. E se a oportunidade de inovação bater à sua porta, atenda. E se não, corra atrás dela!
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