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Alta nos Juros e Aumento no Custo dos Insumos Impactam a Construção Civil



De acordo com dados divulgados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o setor elevou em abril a previsão de alta de 2% para 2,5% este ano. Em 2021, apesar das adversidades decorrentes da crise sanitária mundial, o resultado do PIB do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) mostrou um surpreendente crescimento de 9,7%. Esta foi a maior elevação nos últimos 10 anos.

Para o departamento de economia da CBIC, este é um dado que acaba influenciando especialmente o primeiro semestre do ano. Outro levantamento importante feito nos primeiros meses de 2022 foi o destaque da construção civil na geração de empregos. Para se ter ideia, de janeiro até março, foram criados mais de 100 mil novos postos de trabalho com carteira assinada. Por isso a revisão dos números: de 2% para 2,5%.

Se a previsão se confirmar, será o segundo ano consecutivo de evolução no setor. Vale lembrar que se trata de um aumento acima da economia nacional. Em 2021, a construção cresceu 9,7% e a economia, 4,6%. Já para 2022, enquanto a projeção da construção é de 2,5%, a da economia está entre 0,8% e 1%.

É preciso lembrar, no entanto, que o setor se baseia em processos produtivos mais longos. Quer dizer, os empreendimentos vendidos em 2021 serão construídos em 2022 e 2023. A CBIC reforça que o mais importante é a renovação do ciclo produtivo para que o crescimento permaneça.


Aumento dos Insumos Diminui Lançamentos

O mercado imobiliário brasileiro teve queda de 42,5% no número de lançamentos no primeiro trimestre de 2022, na comparação com o mesmo período de 2021. Segundo a CBIC, o aumento no preço de insumos, entre os quais o aço, e a conjuntura econômica são os principais fatores para a diminuição.

O relatório de Termômetro da Indústria de Materiais de Construção, realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (ABRAMAT) no mês de maio mostrou que o otimismo em relação à construção vem diminuindo. Fato é que as empresas associadas ao setor estão cada vez mais cautelosas nas aquisições.

O mês de junho pretende continuar com dados semelhantes. De acordo com o relatório, cerca de 35% das empresas acreditam que os resultados deverão ser positivos, e mais de 43% disseram contar com situação regular quanto às finanças e preços dos produtos.


Cenário de Incertezas

Ainda que os números tenham revelado um cenário positivo para a construção civil no trimestre, o ano de 2022 será de desafios. Primeiramente alguns indicadores mostraram que a economia na China está em queda, devido à volta do coronavírus em algumas cidades, que retomaram o lockdown.

Além disso, a economia mundial está com menor taxa de crescimento em função do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, que já se estende há quatro meses. No Brasil, o primeiro impacto foi o choque na inflação. O país é um grande importador de combustíveis derivados do petróleo, sendo que grande parte desses produtos sofre influência do valor da matéria-prima negociada em dólar no mercado internacional.

O aumento da inflação, por sua vez, pode ocasionar uma ação mais rígida do Banco Central, que deve agir mais fortemente nos juros para conter o avanço dos preços. Lembrando que uma alta expressiva na Taxa Básica de Juros vai influenciar diretamente a atividade econômica.

Com relação ao impacto nos financiamentos imobiliários, os últimos dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) sobre o volume de financiamento com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) demonstram uma queda no valores em todo o país, se comparado ao ano anterior. A este cenário soma-se ainda o fato de 2022 ser um ano eleitoral que, em geral, gera incertezas.


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