O Brasil tem um enorme potencial em energias renováveis: somos o maior mercado de eletricidade da América Latina, o sexto maior consumidor de eletricidade do mundo e também possuímos a sétima maior capacidade de geração de eletricidade do mundo.
O setor de energia renovável representa 83% da matriz elétrica brasileira, enquanto a média global está em torno de 25%.
Estão sendo desenvolvidos marcos regulatórios para criação de novas soluções sustentáveis na próxima década, incluindo combustíveis verdes, armazenamento de energia, hidrogênio e projetos de energia eólica offshore.
O mercado de energia brasileiro, particularmente no que tange à energia renovável, não só representa um campo de constante evolução e significativa importância, mas é também um terreno fértil para inovações tecnológicas.
Reconhecido por sua matriz energética predominantemente renovável, o Brasil tem demonstrado um compromisso com a sustentabilidade e as iniciativas de transição energética, impulsionadas em grande medida pelo avanço tecnológico. A matriz energética brasileira, como já posto, notável pela alta proporção de fontes renováveis, evidencia o impacto transformador da tecnologia.
Com 46% do fornecimento interno de energia proveniente de fontes renováveis — quase quatro vezes a média mundial — e 82% da eletricidade gerada em 2019 vindo dessas fontes, inovações tecnológicas têm sido fundamentais.
Tecnologias como a digitalização para otimização de redes elétricas, melhorias na eficiência de turbinas eólicas e avanços em painéis solares fotovoltaicos têm permitido esses saltos significativos.
A revolução tecnológica das energias renováveis: expansão e investimentos
No último ano houve uma significativa expansão para a matriz elétrica brasileira, em grande parte devido à adoção de tecnologias emergentes.
O relatório Renewables 2023, da Agência Internacional de Energia (AIE), destaca o Brasil como líder na expansão de energia renovável na América Latina, prevendo um aumento regional de 165 gigawatts (GW) de capacidade de geração renovável de 2023 a 2028, com o Brasil contribuindo com mais de 65% desse total.
A energia solar é apontada como a principal força dessa expansão, seguida pela energia eólica. E o Brasil se destaca particularmente na energia solar distribuída, sendo responsável por quase 90% das novas adições na região.
As projeções indicam que vamos continuar a liderar, com adições médias de mais de 7 GW por ano até 2028 na área de energia solar distribuída.
Esses dados reforçam a posição do Brasil como um dos protagonistas da transição energética internacional, impulsionado por um ambiente favorável ao investimento e políticas inovadoras que promovem o crescimento de fontes de energia limpa e sustentável
Tecnologia impulsiona o setor de energias renováveis
A sinergia entre finanças verdes e tecnologia tem sido um motor para a expansão da energia renovável no Brasil.
Iniciativas do BNDES, incluindo a emissão de títulos verdes, têm sido apoiadas por avaliações de impacto ambiental baseadas em tecnologia, como o uso de big data e analytics para quantificar benefícios sustentáveis.
Além disso, a adoção de plataformas de blockchain para garantir a transparência e a segurança das transações financeiras verdes está fortalecendo o mercado.
No mercado livre de energia do Brasil, a tecnologia tem permitido uma maior flexibilidade e eficiência.
Plataformas digitais e sistemas de informação avançados estão possibilitando que consumidores e fornecedores negociem energia de forma mais direta e transparente, favorecendo a escolha por fontes renováveis.
A tecnologia também está facilitando a adoção de modelos de negócios inovadores, como a geração distribuída e microgrids, que utilizam tecnologias de IoT para otimizar o uso e a distribuição de energia renovável.
Desafios e perspectivas futuras: a tecnologia no setor de energia
Apesar dos avanços significativos, o setor enfrenta o desafio da variabilidade das fontes renováveis, o qual está sendo endereçado através de tecnologias de armazenamento de energia cada vez mais sofisticadas e sistemas de previsão meteorológica avançados para melhor planejamento da geração eólica e solar.
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) projeta um futuro promissor para o solar e o eólico no Brasil, sustentado por avanços contínuos em tecnologias de geração, armazenamento e gestão de rede.
Energias limpas: potencial de desenvolvimento do setor no Brasil
Ao mesmo tempo, o Brasil está promovendo políticas para uma transformação verde do setor industrial, onde a ampla disponibilidade de fontes de energia renovável pode desempenhar um papel importante na atração de investimentos internacionais para a indústria de manufatura local, inclusive por meio de financiamento verde.
O Brasil gera e transporta eletricidade para mais de 88 milhões de consumidores residenciais, comerciais e industriais, mais do que a energia produzida por todos os outros países da América do Sul combinados.
Os investimentos no setor elétrico brasileiro devem alcançar mais de US$100 bilhões até 2029, incluindo geração em escala de utilidade pública, geração distribuída, transmissão e projetos de distribuição.
A matriz elétrica do Brasil é uma das mais limpas do mundo e o Brasil está comprometido em continuar apoiando projetos de energia renovável.
Grandes hidrelétricas respondem por grande parte da geração de eletricidade doméstica, mas a continuação da expansão da hidroeletricidade está cada vez mais restrita por preocupações ambientais ao desenvolver grandes projetos, tipicamente em áreas remotas do país.
Projetos solares (em escala de utilidade pública e distribuídos) representarão quase 70% de toda a eletricidade adicional nos próximos anos.
A dependência de outras fontes para geração de energia também está crescendo, notavelmente gás natural, eólica (onshore e offshore) e bioenergia. A participação da geração eólica deve alcançar 16% até o final de 2029, enquanto a geração solar deve dobrar.
Energia no Brasil: setores líderes e oportunidades
Geração Hidrelétrica
A hidroeletricidade tem sido a principal fonte de energia do Brasil para geração de eletricidade por várias décadas. Isso se deve à sua competitividade econômica e ao seu potencial no nível nacional.
O Brasil possui um sistema de geração com capacidade instalada de mais de 150 GW, com a maior parte da energia vindo de hidrelétricas, devido à abundância de rios poderosos no Brasil.
O potencial hidrelétrico brasileiro é estimado em 172 GW, dos quais mais de 60% já foram desenvolvidos. Aproximadamente 70% do potencial não explorado está em áreas mais remotas e protegidas do país, incluindo a Amazônia.
Geração Termelétrica
A geração de energia termelétrica pode utilizar diferentes combustíveis: gás natural, biomassa, carvão, nuclear, óleo combustível e outros.
Dependendo do tipo de combustível e da tecnologia de geração, eles podem cumprir diferentes papéis, desde geração de base até geração de reserva para renováveis ou atendimento de demanda de pico.
Considerando a relevância da hidroeletricidade no Brasil, as usinas termelétricas têm operado significativamente durante períodos de condições hidrológicas críticas.
Além disso, com a crescente importância das usinas de energia eólica e solar no sistema de energia, é mais provável que as termelétricas atuem para compensar a variabilidade da geração dessas fontes no curto prazo.
No caso da bioeletricidade, o Brasil é o segundo maior produtor mundial de etanol de cana-de-açúcar.
Geração de Energia Eólica
A geração de energia eólica no Brasil deve alcançar 29 GW até o final de 2023, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEOLICA).
O Brasil tem 890 parques eólicos operando em 12 estados brasileiros. Destes, 85% estão na região Nordeste do país. Até 2028, espera-se que o Brasil tenha mais de 44 GW de capacidade instalada de energia eólica, representando 13,2% da matriz elétrica brasileira.
Geração de Energia Solar
Em 2023, a energia solar, incluindo a geração distribuída, tornou-se a segunda maior fonte de eletricidade no Brasil, superando a energia eólica.
Novos desenvolvimentos de energia solar de longo prazo podem potencialmente rivalizar com investimentos em energia eólica.
A energia solar em escala de utilidade pública no Brasil aumentou 40,9% em 2021, enquanto a geração distribuída de energia solar aumentou 84%. Investimentos em projetos de energia solar em escala de utilidade pública que já foram aprovados somam mais de US$ 20 bilhões.
Um adicional de US$ 1 bilhão foi investido em geração distribuída solar desde 2012. Espera-se que esse montante aumente exponencialmente nos próximos anos.
Outras Fontes de Geração
Embora o Brasil ainda tenha vastas áreas para o desenvolvimento de projetos adicionais de solar e eólica onshore, vários potenciais projetos de eólica offshore foram anunciados.
A implementação desses projetos depende de regulamentação adicional e definição de procedimentos de licitação e locação pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Se bem-sucedidos, esses projetos aumentarão significativamente o potencial de descarbonização dos setores industrial e de transporte do Brasil, além de potencialmente levar a exportações de hidrogênio verde.
Transmissão
O Brasil possui um sistema de transmissão extenso e complexo, refletindo as dimensões
continentais do país, a dispersão espacial das fontes de produção - especialmente hidráulicas - e as distâncias entre grandes centros de carga.
A transmissão tem o papel essencial de integrar fontes de produção e consumo, muitas vezes atuando como um gerador virtual.
De acordo com o plano de expansão de 10 anos (PDE 2029) publicado pela Agência de Pesquisa Energética Brasileira (EPE), espera-se que o Brasil invista US$ 20 bilhões no setor de transmissão elétrica até 2029, dos quais US$ 14 bilhões em linhas de transmissão e US$ 6 bilhões em subestações.
O futuro da energia é tecnológico e sustentável
e o Brasil está na dianteira!
Portanto, como podemos observar através dos números e tendências, o Brasil se posiciona como um líder indiscutível na revolução energética, representando um pilar crucial para a expansão global deste setor energético.
Com um compromisso de contribuir com 40% do crescimento mundial até 2028, o país supera significativamente as médias de expansão dos últimos cinco anos em 30%, enfatizando seu papel proeminente na transformação do panorama energético global.
Esta trajetória ascendente é impulsionada majoritariamente pelo uso de energias limpas no transporte rodoviário, que representa quase 90% da nova oferta, evidenciando a centralidade desses combustíveis na matriz energética renovável do Brasil.
Além disso, a inovação e a tecnologia desempenham um papel vital na ascensão das energias limpas, que são biocombustíveis, com iniciativas como o Programa Combustível do Futuro sinalizando uma era de mercados emergentes e oportunidades de investimento em combustíveis sustentáveis de aviação.
Esses avanços são emblemáticos da revolução tecnológica no setor de energia, refletindo a importância da inovação contínua para o desenvolvimento sustentável.
Paralelamente, a Agência Internacional de Energia (AIE) destaca um cenário otimista para as renováveis globalmente, com 2023 marcando um aumento de 50% na capacidade adicional renovável em comparação a 2022.
Este crescimento, o mais rápido observado nas últimas três décadas, ressalta o potencial de atingir a ambiciosa meta de triplicar a capacidade global de renováveis até 2030, estabelecida na COP 28.
Apesar dos desafios de financiamento para economias emergentes e em desenvolvimento, a AIE reconhece que estamos nos aproximando desse objetivo, com governos detendo as ferramentas necessárias para superar as lacunas existentes.
Assim, enquanto o Brasil lidera na fronteira das energias renováveis e dos biocombustíveis, complementando a crescente adesão global às fontes renováveis, a revolução tecnológica no setor de energia tem função de catalisador essencial para alcançar um futuro energético sustentável e resiliente.
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